Causos da vida
É importante lembrar que nem sempre as coisas são como a gente espera e tudo bem se frustrar. O que não pode é passar por cima do que é correto. Não dá pra querer tapear. Sejamos justos e sinceros.
É um corre corre danado, um jogo de cintura daqui e acolá e o que mais percebo é que só vale empatia e bom senso quando é pro outro lado.
Não há equilíbrio. Só cobrança e dedo apontando.
Esquecem que a vida é uma via de mão dupla e precisa ser recíproco.
Não adianta espremer de um lado e agir como bem entende do outro.
Porque esgota e desgasta.
E é tão cansativo explicar o óbvio.
Não é uma disputa por problemas ou dias ruins, é um jogo de equipe e respeito.
Porque do contrário, não vale a pena.
Eu surtei ainda pouco em silêncio. Não deu pra segurar. O cansaço falou mais alto.
Ninguém enxerga os bastidores. Não querem saber o quanto você se dedica ou faz e acontece. Preferem julgar e dizer que sua vida é mais fácil, mais mole e mais pacata também.
Porque supor é mais fácil do que conhecer.
Aprendi na marra que flexibilidade demais te torna trouxa. Não dá pra segurar tudo sozinha. O mundo alheio é pesado demais e não posso conduzir responsabilidades que não são minhas.
Mas ainda me pego respirando fundo dez vezes e me ausentando de qualquer resposta, porque eu também vou perder a mão e o bom senso, porque cansa. Incomoda. E o desrespeito me deixa indignada.
Não tá fácil. É muito estica e puxa. Mas a gente aprende. É um dia de cada vez.
Passa. E me sinto mais humana e mais próxima de ser quem eu quero me tornar. Nunca me falta compreensão, mas aprendi a driblar folga com empatia. Tem gente que gasta a paciência de centavos que nos empenhamos tanto em exercitar.
Marcely Pieroni Gastaldi