Talvez a gente devesse chorar mais. Ser menos forte, menos
de aço. Talvez a gente devesse ter menos medo de se mostrar, tirar vez ou outra
a armadura pra respirar, pra aliviar os ombros. Talvez, quem sabe, a gente
devesse descansar um pouco das lutas, ou aceitar um pouco de ajuda, mas pra
isso a gente precisa aprender a confiar. Isso: acreditar que o outro é nosso
aliado e desarmar mais vezes. Talvez a gente devesse aceitar um abraço como
abrigo e algumas vezes deixar de ser o herói, e permitir-se ser aquele que
precisa ser salvo ou tão somente protegido. Talvez nós sorríssemos mais, e
fôssemos até mais felizes, se assumíssemos que não, não somos
invencíveis.
(Rachel Carvalho)
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