E quando nos julgamos sós, quando a casa é puro silêncio, quando a cama fica grande demais, quando os domingos já são uma coisa estranha, vêm os netos pra nos renovar.
É giz de cera no chão, paredes rabiscadas, bilhete na geladeira, brinquedos esparramados, comida diferente, lençóis amarrotados, uma gaveta com roupas miúdas, vozes cantando "alecrim dourado" até o anoitecer...
Ter netos é experimentar sensações nunca antes sentidas, quando aninhamos no colo um ser que não geramos, mas que amamos além da vida, além de nós mesmos, além de tudo.
É voltar a ser criança por eles, e inventar histórias, e ouvir segredos.
É ter dois bracinhos em volta do pescoço e se sentir o porto, o abrigo, o lugar onde a vida se refaz e continua (com e através deles) estrada afora...
-Eunice Ramos
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