Algumas vezes nos vemos ali, debaixo do chuveiro, deixando as gotas caírem no rosto enquanto e choramos silenciosamente depois de um dia estressante, cheio de exaustão.
O corpo cansa, a mente cansa, a alma cansa.
Seja qual for o motivo, trabalho, família, estudos, relacionamentos ruins, amigos, rotina, ausências, presenças, vida em geral...
A mente cansada não se lembra mais de rotinas importantes, esquece onde está a chave da casa, esquece de pagar uma conta importante, esquece a senha do cartão.
Ela já acorda cansada, sem ritmo, sem ânimo, sem vida. Mas ela acorda, coloca sua armadura e até mesmo, ferida e cansada, se força a ser forte, a ser corajosa como a sociedade te obriga a ser.
Ser forte não é vantajoso, é necessário, “matamos um leão” por dia e continuamos a sorrir. Mas quando estamos sozinhos, as lágrimas são derramadas. Choramos, não por fora, choramos por dentro, e não porque nos falte coragem, é por causa de seu excesso, que nos obriga a parecer impenetráveis.
Choramos para aliviar a dor da alma, choramos porque -sozinhos- podemos ver nossas feridas, lambê-las e curá-las. Choramos com nós mesmos para sermos mais fortes.
"Seja forte e corajoso, você pode" - eles me disseram -, pena que não avisaram o quão forte era necessário ser.
Não tenha vergonha de afundar de vez em quando, não se sinta incapaz de chorar por causa do cansaço dos seus dias, não tenha vergonha de limpar suas feridas quando adoecerem.
Sabemos o quanto é importante chorar para manter a sanidade.
E não se preocupe, nem se envergonhe, eu lhe garanto que em outras casas também tem alguém como nós, que está no chuveiro chorando em silêncio... e deixando a água lavar sua dor...
Já aconteceu comigo, faz parte, mas passa, tudo passa...
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