Não sei definir felicidade.
Parece praça, coreto, interior da cidade.
Lembra mato, arcos-íris, joaninha.
Coisas que cabem no peito, mas não cabem nas mãos.
Combina com chuva e roupa velha, sem aperto.
Brinca de contar segredo no ouvido.
Nem escuto!
Coça que nem bicho de pé.
Felicidade pode ser onda de mar molhando os dedos, de repente, devagar.
Cheira café, feijoada, arroz de mãe.
Abraça com braços pequenos, de criança.
Ri mais alto que o Corcovado.
Colo de vó, torresmo com limão.
Perfume de lírio, que até enjoa.
Enjoa de bom.
Felicidade não tem definição.