terça-feira, 6 de maio de 2025

Ana Silvestre

“ Perguntas-me o que vi em ti para me ter apaixonado. Eu digo que foi o teu sorriso que iluminava qualquer sítio, a tua alegria que me contagiava e a todos à nossa volta e me fazia acreditar em dias felizes, mas talvez não te tenha dito tudo. 
Acho que nunca te direi tudo, porque nem eu próprio sei. Talvez não te tenha dito que os teus olhos me inspiravam confiança, a forma como me olhavas e parecia que me lias pensamentos.
Uma das coisas que mais me fizeram amar-te foi teres visto em mim aquilo que nem eu via. Foi teres acreditado em mim. Foi teres-me dado confiança em mim próprio, eu que nem sequer gostava de mim. 
Contigo aprendi a perdoar, aprendi a ver o lado melhor de cada coisa, aprendi a admirar os meus pais e a desculpá-los por não serem perfeitos. O que me fez amar-te foi teres trazido ao de cima o que de melhor havia em mim.
Por ti, eu não queria falhar em tudo aquilo a que me propunha, porque não queria desiludir-te, porque passaste a ser a pessoa mais importante da minha vida, mesmo sem nunca me exigires isso, mesmo dizendo-me sempre que um não ocupa o lugar do outro e que não temos que ser perfeitos.
Há tantas razões para me ter apaixonado por ti, mas o amor não nasce de razões, o amor não se explica, por isso continuo sem saber a resposta.
Amo-te como se ama um dedo da mão, que nos faz falta e não o queremos perder, ou amo-te como se ama qualquer parte de nós. É que tu já fazes parte de mim. Já não sei onde começa o eu e termina o tu e, no entanto, sei que tu és tu e eu sou eu.
Sei lá porque te amo, o amor não tem razão. “

Ana Silvestre

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