sábado, 27 de setembro de 2014

PERDA - AMANDA SALES


PERDA

Sabe, às vezes algumas situações do dia- a- dia faz a gente refletir e até mesmo compreender uma porção de coisas. Fico pensando: Porque perder é sempre tão difícil,  seja algo mais simples até algo imensurável? Perder um jogo, o horário, algum objeto. Ou até em situações mais complexas, como perder alguém ou um animal de estimação. Seja em qualquer destas situações, temos sempre um sentimento de tristeza, de impotência e uma vontade enorme de voltar no tempo, só pra mudar de lado e ficar com a parte boa; ficar com o ganho. E é engraçado, porque mesmo sabendo que a perda é algo que existe, que é o outro lado da “moeda”, não conseguimos aceita-la; acho que nos conformamos com ela devido o tempo, as circunstâncias, mas aceitar mesmo não, nem no mais profundo íntimo, ninguém gosta de perder nada e nem ninguém!

O fato é que perder sempre é muito difícil; dolorido mesmo. Nos perguntamos porque e se tivesse sido diferente? Não acreditamos. Enfim dá uma vontade danada de recuperar tudo, de mudar o inevitável. Acontece que a perda está aí, e ela existe . Não há como se livrar dela. Então, o jeito é contornar da melhor forma possível e enxergar o lado bom até mesmo da perda. Pode ser difícil no início, mas é possível. Podemos ver a perda como uma espécie de ensinamento ; de encarar a vida de forma mais madura e de enxergar que nem tudo depende só da nossa vontade. Quando se trata da perda, por exemplo, de um objeto, de um emprego, de um horário marcado, podemos avaliar nossas atitudes e observar nossos erros para que estas perdas se tornem  acertos. Podemos mudar de atitude e nos tornarmos pessoas melhores. Podemos conquistar outro emprego, comprar um novo objeto, enfim, resgatar de outra forma aquilo que foi perdido. Porém, quando se trata da perda de pessoas ou animais de estimação, a situação é mais complicada, porque envolve sentimentos, amor, doação, entrega, envolvimento e ficamos mais vulneráveis. É bem mais difícil, mas pode ser possível, de alguma forma. Tem que ser! Porque senão, corremos o risco de, além de perder a pessoa ou o animalzinho, nos perdermos de nós mesmos. Temos que reconstruir de alguma forma, aquilo que ficou. O tempo também vai contribuindo para que essa perda se amenize naturalmente. A questão é que perder não é fácil, quando se refere a pessoas ou animais devemos pensar nos momentos alegres que vivenciamos, e que fomos felizes, a forma como  nos enriquecemos com a convivência e que pessoas ou animais deixaram na gente marcas, lembranças sentimentos e isso é nosso, não se perde, fica com a gente pra sempre. E ao lembrarmos disso, podemos nos nutrir de mais sentimentos (aquele que já temos conosco e mais aquele que aprendemos com a pessoa ou animal). E entender que a vida continua, e que essa perda pode mais tarde se tornar um ganho( um ganho de mais força, de mais sentimento, de mais luta). E que essa pessoa ou animal sempre se fará presente em nossos pensamentos, sentimentos, ações.

Perder nunca é bom, mas se isso acontecer que seja pra nos ensinar a viver e curtir todos os momentos, dando valor a tudo que temos: objetos, emprego, animais, pessoas e tratar tudo que envolve nossa vida, com generosidade, cuidado e afeto, pois assim curtiremos mais os ganhos do dia a dia.

(Decidi escrever este texto porque já perdi algumas coisas em minha vida, pessoas próximas e recentemente, perdi um pássaro, com o qual ,convivi por muito tempo e eu fiquei muito triste, porque eu o amava. Mas ele  me ensinou muita coisa e foi um ganho tê-lo em minha vida. Mesmo o perdendo, de certa forma também foi um ganho, porque ele me fez refletir sobre tudo isso que escrevi, e com certeza aprendi um pouco mais sobre a vida).

                                                                                                            Amanda

                                                                                                                                                   14.09.2014

 

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