segunda-feira, 10 de outubro de 2016

ANA JÁCOMO

Tinha um jeito singular de fechar os olhos quando experimentava emoção bonita, coisa de segundos e coisa imensa. Era como se os olhos quisessem segurar a lindeza, do instante um bocadinho o suficiente para levá- lo até o lugar onde o seu sabor nunca mais poderia ser perdido. Eu via, olho do coração abertos, e nunca mais perdi de vista o sabor desse detalhe. Porque quem ama vê miudezas com olhar suficiente para nunca mais se perderem.

Ana Jácomo

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