quarta-feira, 1 de março de 2023

Ricardo Prado


A maioria, quer encontrar um grande e verdadeiro amor, mas poucos querem dividir tristezas e desilusões, passar por dramas psicológicos, ter noites mal dormidas, aguentar mau humor, suportar diferenças, dialogar, escutar, apoiar o outro e, principalmente, aprender a ceder quando necessário.

Queremos tanto viver apaixonados e sentir prazer, que não percebemos como estamos, cada vez mais, criando relacionamentos líquidos e descartáveis. Existe uma enorme disponibilidade de pessoas para se apaixonar, dar e receber prazer, mas uma enorme escassez de pessoas para amar e relevar, no dia a dia, as imperfeições, as diferenças, os problemas e buscarem, juntos, por soluções. 

Basta uma sensação de que as coisas não vão bem e ter que enfrentar dificuldades e neuroses, para colocar a culpa no outro ou no destino e não na responsabilidade de cada um por fazer algo dar certo ou errado.

O "felizes pra sempre" virou um mero e vazio "não era pra ser". Quanto em nossas relações já perdemos por pura falta de vontade e dedicação, pois nos esquecemos de que é necessário muito mais do que paixão e tesão. É preciso tolerância. Paciência. Superação. E, imprescindivelmente, comunicação e escuta.

Todo relacionamento possui um potencial menor ou maior de sucesso, mas precisamos fazer nossa parte, que é trabalharmos para aumentar esse potencial, porém, preferimos nos contentar em amar pela metade, amar "por cima", porque vivemos acreditando que felicidade é se manter apaixonado, romântico e com a libido e a atração batendo na testa todos os dias. 

Paixões, geralmente, são processos muito intensos e por isso são breves. Não é apenas somando alegrias e prazeres que sustentamos uma relação. Ao contrário. É no desânimo, na dificuldade e principalmente, na nossa capacidade de superarmos, que construímos um relacionamento forte, maduro e saudável.

O prazer é delicioso mas, para amar e construir uma boa parceria é preciso muito mais do que um frio na barriga. Não perca o seu tempo e o das pessoas, buscando pelo que você não consegue bancar. Seja preguiçoso e fique na superficialidade. E tá tudo bem. Apenas, por favor, deixe isso claro desde o início. 

Isso é ter responsabilidade afetiva!

Ricardo Prado

Uau que texto, que texto!!! 👏👏👏

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