Depois de algumas decepções, as pessoas ficam frias,
O coração já não se magoa com qualquer coisa,
A frieza se espalha por todo o ser,
E quando alguém chega, é como piscina, a água tá gelada, molha-se apenas os pés.
Dá pra ouvir uma voz que vem do fundo dos olhos e que diz “vem, depois que entra a água fica quente!”
E eu fico me perguntando quem é que tem a coragem de entrar,
De romper as geleiras do coração de alguém;
Quem é que tem a coragem de se molhar,
De mergulhar no incerto peito friorento,
Quem é que tem a coragem de amar,
De sair da superfície,
De pular nos braços
De aprender a nadar no mais íntimo de alguém,
Quem é que tem a coragem de acreditar que depois que entra aquece?
O amor é mesmo pra quem tem coragem,
E para os corajosos de plantão,
Desejo que pulem na piscina que a priori parece gelada,
E que descubram que ela está na temperatura certa pra te fazer ficar,
Mas que entendam,
Que não se pode nadar por muito tempo em ambientes que não são propícios,
Que esse alguém encontre o equilíbrio, o amor e a reciprocidade,
E que não fique se afogando em piscinas vazias,
Porque todo mundo merece um amor maior do que o Atlântico.
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