segunda-feira, 3 de agosto de 2020

Rita Maidana

E toda vez que sentia o aroma de hortelã, tinha a nítida impressão de estar ali novamente... Ali naquela varanda da casinha amarela, de duas janelas, uma floreira com margaridas e uma porta só, tinha a real sensação de que de novo estava naquele quintal, sentada naquela rede onde contava as horas desenhando poesia em papel de carta colorido enquanto ouvia o barulho da máquina de costura...  Era mais um vestido de chita nascendo, recebendo rendinhas e passa fitas... Da cozinha, pequena e decorada com toalhinhas feitas de retalhos e bainha de crochê, vinha o cheirinho de pão no forno que se misturava ao aroma do chá...
Ah, o chá!... de cravo e canela com folhas de hortelã...

Saudades da costureira e bordadeira de sonhos de meninas.
Saudades das margaridas... saudades de você mãe.

Rita Maidana

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