sexta-feira, 12 de março de 2021

O Gambito da Rainha por Amanda Sales


Terminei de ver uma minissérie incrível chamada Gambito da Rainha, ela é uma série lançada em 2020 e que deu um enorme destaque para o xadrez. Por se tratar de xadrez, pensei que seria algo cansativo de se ver, muito concentrado só nisso, mas ao contrário, o xadrez é retratado de uma forma muito elaborada o que acaba encantando. Legal ver que Beth num universo predominante masculino ( os campeonatos de xadrez da época, não tinha participação de mulheres), através da sua inteligência, talento e audácia vai conquistando espaço e deixando sua marca.  A minissérie se passa na década de 60 e traz uma história contagiante, que prende do início ao fim, um enredo muito bem estruturado, personagens envolventes, trilha sonora interessante, cenários e figurinos impecáveis e obviamente uma mensagem importante para levarmos para vida.
   A minissérie conta a história de uma garotinha chamada Elizabeth Harmon que se vê ao 9 anos órfã e vai para um orfanato, entediada nesse lugar ela desenvolve uma paixão pelo xadrez incentivada pelo zelador e vê nessa paixão uma forma de fugir da tristeza e do tédio. Nesse orfanato, ela desenvolveu força, autonomia, amizade, mas também compulsão por calmantes e  também uma obsessão fanática pelo xadrez.
   Ela podia ser vítima da sua própria história, se concentrando em sua vida solitária e seus dramas internos, mas ela optou por ser protagonista da própria vida, aliou uma paixão que teve na infância: o xadrez, e a partir dele também conquistou sua profissão.
   Bonito ver o crescimento dela enquanto xadrezista, mas principalmente como pessoa, de encarar as derrotas e fazer delas escada para vencer as próximas partidas. E ver que ela viu que era uma pessoa capaz, forte e que não precisava usar calmantes para vencer. ( um hábito que infelizmente ela adquiriu no orfanato e conseguiu se livrar tempos depois). 
   É uma série linda que quem tiver a oportunidade de assistir, veja, vale muito a pena e com certeza, Elizabeth Harmon se tornou pra mim uma dessas personagens inspiradoras cheia de força, coragem e muito pé no chão. 

Amanda Sales 

“Xadrez nem sempre é competitivo. Xadrez pode ser lindo (…) É um mundo inteiro dentro de 64 quadrados. Eu me sinto segura nele [no tabuleiro]. Eu posso controlá-lo. Eu posso dominá-lo. E é previsível, então se eu me machucar, eu só tenho que culpar a mim mesma.”
Beth Harmon

* Ilustração de Filipe Pian.

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