sábado, 19 de junho de 2021

Fabíola Simões


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"A vida impõe pausas... Dá freadas bruscas no meio do caminho e, com sorte, nos permite reavaliar a rota, o trajeto, o cuidado com o equipamento. Podemos querer muito alguma coisa, mas isso não garante que seja nossa. Podemos desejar muito um momento, mas isso não o torna possível. A perfeição das coisas, dos dias, dos acontecimentos... não nos pertence. Tudo faz parte de uma trama maior, na qual estamos inseridos, como linhas coloridas que se entrelaçam formando a tecelagem. Temos intenções, supomos nossas direções, conduzimos a ponta de nossas "agulhas", mas o desenho final pode ser diferente daquele que imaginamos. É preciso planejar sem grandes expectativas; acreditar, perdoando se não for possível; sonhar, somando esperança com otimismo; arriscar, sem culpa ou arrependimento. Entender, acima de tudo, que não somos culpados pelo acaso, por aquilo que não controlamos, por ventos súbitos que mudam nossa direção. Além disso, nunca é o bastante lembrar que amor não se cobra, e com saúde não se brinca. Então perdoe-se quando for menos amado do que gostaria e permita-se um pouco de repouso - sombra e água fresca - de vez em quando. Pausas são necessárias, e uma hora você irá perceber que foi importante ter o freio de mão puxado, a rota desviada, a tecelagem desorganizada. E simplesmente agradecerá por estar vivo - em segurança, em paz. Curtindo seus dias de outono, enquanto o inverno não vem..."

Texto: Fabíola Simões


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