quarta-feira, 13 de outubro de 2021

Nina Benavídez


As segundas intenções muitas vezes estragam as coisas, apressam demais, tiram a magia e acabam em ressaca. Viver a sexualidade não é ruim, mas isso não é o ápice de tudo. Existe muito mundo lá fora, mais momentos, outras sensações. É um pequeno resumo e a história é bem mais comprida.
Que bom seria só ficar deitados debaixo de uma árvore, espalhados nas folhas de outono, com o sol ameno batendo na pouca pele descoberta. E conversar. Só falar, sobre absolutamente tudo. Sem censura, sem inseguranças ou receios. Conversar por horas, rindo, falando sério, refletindo.

É tão lindo quando o beijo já é projetado mil vezes antes de acontecer, quando os olhos se encontram até pronunciar infinitas palavras que cabem no silêncio.

O toque dos dedos entrelaçados, as mãos, os rostos colados. Usufruir cada etapa da conquista. Mais do que conquista, chamaria de descoberta, você está descobrindo um planeta completamente desconhecido. Mas se tiver paciência, logo vai decorando gestos, manias, admirando as qualidades e até enxergando os defeitos.

Conhecer leva tempo, requer tranquilidade, serenidade. Não é só ir pegando como se fosse uma fruta exposta, não é só invadir, logo olhar pro lado e ver mais um corpo.

Quem fica no pier, perde a graça da coisa toda. 
Não tô falando que tudo nessa vida é namorar e estar com alguém, tô falando que nem tudo é só sexo. É bom ser seletivo, escolher com quem vamos nos dividir, é teu corpo, teu ser, teu templo. Porque sexo não é só sexo.
—  Nina Benavídez


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