segunda-feira, 11 de abril de 2022

Que reflexão!


Camuflamos nossos buracos interiores comendo demais, postando selfies demais, competindo silenciosamente pelo melhor carro ou closet, acumulando demais, controlando e patrulhando a vida alheia demais, bebendo e fumando demais, nos exercitando ou trabalhando demais, reforçando as nossas próprias qualidades demais, poupando ou gastando demais.
Viver é conviver com faltas, com buracos, com incompletudes que de vez em quando nos visitam de forma mais aguda e intensa, e em outros momentos nos deixam em paz.
Porém, é preciso olhar com compaixão para a própria vida. É preciso entender o porquê daquela ansiedade, angústia, insegurança, apego, carência. É preciso desistir de nos cobrar comportamentos diferentes quando ainda não nos libertamos das causas daquele comportamento.
Assim, é preciso aprender a olhar de outro jeito para as pessoas, com mais empatia e compaixão. Entender que aquele excesso que incomoda tanto no outro – excesso de arrogância, excesso de exposição, excesso de intolerância – é um sinal claro de falta – falta de amor, atenção, segurança, coragem. E assim, aprender a desvendar a si mesmo também, fazendo a si próprio a derradeira pergunta: “que falta meu excesso esconde?”

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