segunda-feira, 25 de setembro de 2023

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Quando era criança tinha tantos medos. Medo de tudo: de perder meus pais, da morte, do mundo acabar, de ficar sozinha… medos inexplicáveis e que nem sei de onde vinham.
Crescendo, desabrochando como todas as flores, fui enfrentando as barreiras que poderiam ter me deixado pequenininha para sempre. 
As coisas vão acontecendo naturalmente na vida da gente. A maneira como seguramos, nos apegamos ou deixamos partir é que faz com que cresçamos. Em muitas coisas eu cresci ainda pequena, em outras, só depois de muita idade e muita luta com meu eu. 
E cada dia é um passo, um degrau, um fim e um recomeço. As decepções me mostraram com dor o que é a amargura, mas, ao mesmo tempo, graças ao meu Deus maravilhoso, quão doces são outras coisas, outros momentos, outras pessoas. Ter a noção desse equilíbrio me faz sentir mais adulta e olhar cara a cara meus medos e seguir adiante. 
Há coisas que ainda me assustam, me assombram. Mas isso só quer dizer que estou viva, que ainda desabrocho, que tenho um passo na minha frente. 
A mulher de hoje olha para a menina de ontem com menos medos e mais ousadia. Ela sorri. Quem diria? A gente se constrói com tudo o que chega a nós, mesmo quando pensamos que é aquilo que vai nos fazer desaparecer. 
Por isso cresci. 
Por isso estou aqui.

Letícia Thompson.

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