terça-feira, 26 de setembro de 2023

Fabíola Simões


Duas coisas são essenciais na vida: teto e afeto. Teto com afeto é lar. Casa só se torna lar quando comporta marcas na parede registrando o crescimento do menino, xícara com asinha lascada de tanta prosa e chá, panela queimada no clássico de domingo, saudade estampada no porta retrato da sala. Não importa quão longe você queira ir, não importa de quem você deseja fugir, seu lar é onde seu coração está. Ele segue com você.
É difícil fechar a porta quando as lembranças criaram raízes e a poeira é relíquia de tempos bons. A gente recomeça e sem querer está repetindo a mesma organização, tentando eternizar aquilo que é familiar. “Lar” pode ser alguém – geralmente é.
É pra lá que nosso coração se dirige quando se encontra perdido, exilado, estafado. Não importa a mobília, a decoração, a sofisticação – O coração não tem memória palpável, mas reconhece o que é verdadeiramente humano.
No fundo, queremos apenas nos sentir seguros – simplesmente em casa.

Fabíola Simões

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