segunda-feira, 5 de julho de 2021

Saudade


Saudade!
.
Não sei manobrar a Saudade. Quem sabe? 
.
Não posso dizer senão que é tramado a forma como ela se intromete nas coisas vividas, com a memória das coisas passadas.
Às vezes penetra o vazio, numa hipoteca sentimental sem crédito para aliviar. Faz parte. Só não temos que a deixar fazer muita arte sobre a vida que ali se vive.
.
Assumo-a nestas linhas como o depósito de mosto num copo de memórias.
.
Não a convido a beber mas deixo-a bebericar-me. 
As coisas não passam verdadeiramente senão as deixarmos entrar, para que corram fora de nós.
.
Só a saudade é que sabe ao certo o nome do nosso vazio.



Isabel Saldanha - il. Monika Luniak

Nenhum comentário:

Postar um comentário