Degraus por Sofia Fernandes

 Degraus. Defino este ano assim. |

Subimos ou descemos.
As pernas doem, o coração parece que bate dentro dos nossos ouvidos, mas continuamos. Numa mistura de cansaço, resiliência e infinitas tentativas de foco no que importa.
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Às vezes, ainda vamos contra ''coisas'' que ficam paradas nas escadas. Que nos obrigam a sentar nos degraus e a chorar. Coisas que nos fazem olhar para (dentro de) nós, ver o quanto subimos, o quanto ainda temos para subir (e descer) e o número de vezes que achámos que não íamos conseguir. Mas conseguimos. Sempre.
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Às vezes, seguimos apegados a tudo o que vale a pena para nos mantermos de pé.
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Outras vezes, só (re)encontramos a força depois de pedir à vida que os fardos se tornem mais leves, que as dores se amenizem e que pelo caminho cheguem flores, amores, gente que brilha e faz brilhar, e uns coletes salva-fé em cada lanço de novos degraus.
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Sofia C. Fernandes