sexta-feira, 17 de dezembro de 2021

Fabrício Carpinejar




“Eu sou favorável aos momentos quebrados. Nós queremos sempre os momentos inteiros. Momento inteiro é o final de semana, o almoço, o jantar, o café. E nós idealizamos esses momentos inteiros. E desprezamos os momentos quebrados: 15, 20 minutos que você pode visitar alguém. Como você vê que não tem muito tempo, você deixa de fazer. Faça o possível, mas não deixe de fazer. Existe uma frase aí que é: “Nunca saberemos quando será a última vez. A despedida já pode ter acontecido.” 15,20 minutos tiram a culpa dos seus ombros, a culpa do seu coração. Não fique planejando um encontro idealizado que você tenha o dia inteiro pela frente. Apareça de repente para visitar os pais, os irmãos, faça visita de médico. Visita de médico também cura. Mas apareça, traga uma broa, um bolinho de fubá, traga um agrado. Tome um cafezinho coado. Feito! Precisamos de mais para ser feliz? Não! Ah, você quer dar uma palestra, discursar, contar tudo que aconteceu na sua vida? Não precisa. Conte o que aconteceu no seu dia, mas esteja presente. Esses momentos quebrados, eu caracterizo como moedas de convivência. Ninguém gosta de carregar moedas. Temos uma noção de que moedas não são dinheiro. E queremos as notas, as cédulas. São essas moedas que fazem a fortuna das relações, essas pequenas moedinhas. E se você juntar todas as moedas na sua vida, você verá o quanto que realizou.”

• Fabrício Carpinejar •


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